quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Jarro ou Lirio Da Paz

Nome científico: Spathiphylum wallisi
Família: Araceae.
Nomes populares: lírio-da-paz, bandeira-branca, espatifilo, bandeira-da-paz, espatifilum.
Etimologia: seu nome é uma junção duas palavras gregas, spathe, que significa bráctea e phyllon, que significa folha.
Origem: América Central.
 
Também conhecido como "lírio da paz", o jarro é originário da África do Sul. Começou por ser importado pela Nova Zelândia no princípio do século XX, e é actualmente a segunda flor de corte mais exportada por este país, e uma das mais populares também em Portugal, onde cada vez é mais utilizada em arranjos decorativos para interior e ramos de noiva, pela pureza que simboliza. A associação desta flor ao casamento é de qualquer modo já antiga.
Esta elegante planta foi introduzida na Europa como sendo uma das plantas mais interessantes da cidade do Cabo por Simon van der Stel um pouco antes de 1697. Muitos se debruçaram sobre o seu estudo desde então, e Marloth tentou inclusivamente explicar a natureza da textura única e da extrema brancura da flor, devendo-a não à pigmentação, mas é uma ilusão óptica causada pelos inúmeros espaços de ar entre a sua epiderme.
Pertencem à família Araceae e ao género Zantedeschia, tendo recebido este nome do botânico italiano do século XIX Francesco Zantedeschia. As plantas são herbáceas perenes e no seu país de origem, a África do Sul, podem ser encontradas ao longo das estradas perto de saídas de água ou em terras lodosas. Há no entanto ideias divergentes em relação à sua tolerância aquática. O consenso parece ser de que os jarros crescerão em condições extremamente húmidas, e até submersos numa profundidade máxima de 5 centímetros em jardins de água como planta marginal. O jarro comum designa-se Zantedeschia aethiopica. Os outros tipos de jarro mais importantes descendem da variedade rehmannii e apresentam-se em muitas e vivas cores e com folhas mais estreitas. Estas espécies são ainda menos resistentes ao frio que as aethiopica. Será melhor recolhê-las antes que o frio chegue. Mesmo depois de cortadas, geralmente as flores de todos os géneros apresentam uma grande durabilidade quando mantidas em água.
Os jarros são cultivados principalmente pela sua flor simples mas requintada, que aparece normalmente na Primavera e no Verão. Os criadores são capazes de as fazer florescer em qualquer estação, dependendo das temperaturas mantidas na estufa, apesar de serem conhecidos como bolbos de Primavera. Em climas mais amenos podem mesmo florescer todo o ano, mantendo a folhagem sempre verde, e podem ser plantados em qualquer altura. Apesar destas plantas serem terrestres, adoram humidade e podem ser adaptadas para crescer em água rasa, pelo que dão excelentes resultados num jardim de água - devem ser colocadas em água rasa e terra rica em nutrientes, devendo poder receber sol ou sombra parcial. Em áreas onde o Inverno não seja rigoroso, as plantas sobreviverão no exterior sem dificuldades, no entanto é aconselhável abafar o solo com palha ou turfa nos meses mais frios.
Em vasos os jarros gostam que as raízes estejam bem firmes, e por isso os resultados são geralmente melhores na segunda volta. Na primeira época a produção é geralmente escassa e as flores são pequenas, ao passo que plantas já estabelecidas produzem múltiplas e bem desenvolvidas flores. Todos os jarros à excepção possivelmente daaethiopica exigem um período de repouso após a florescência. Devem descansar por 2 ou 3 meses num sítio seco e fresco antes de serem levados para um sítio quente e solarengo. No exterior preferem sol parcial a sombra parcial, mas podem ser prejudicados se plantados em sítios cujo ar contenha um alto teor de sal.
Os jarros são tóxicos para a maioria dos seres vivos. Assim se defendem de ser ingeridos por muitos animais herbívoros. As raízes são a parte mais perigosa da planta, mas todas as partes são tóxicas. Os sintomas definem-se pelo inchaço e pelo ardor na língua, boca e garganta, e por náuseas, vómitos e diarreia. O inchaço na garganta pode ser suficiente para bloquear a passagem do ar.
Assim que a exótica planta chegou ao continente americano, as flores acetinadas e as folhas lancetadas intrigaram de imediato vários artistas. No início do século XX, o jarro gozava já de grande popularidade, principalmente nas décadas de 20 e 30, quando dezenas de pintores e fotógrafos com as mais variadas reputações e visões fizeram dele o tema dos seus trabalhos.



Características gerais: planta herbácea perene, vigorosa, rizomatosa, acaule, erecta, possuindo de 30 a 40 cm de altura. Possui folhas coriáceas, glabras e brilhantes. Floresce na Primavera - Verão, destacando-se a espata branca que, com o tempo, torna-se verde. Não possui perfume.

Condições de cultivodeve ser cultivada em áreas de meia-sombra ou sombra, em terra rica em matéria orgânica, com boa drenagem e recebendo irrigação periódica. Não tolera baixas temperaturas. O clima ideal para o seu cultivo deve ser moderadamente húmido, com temperaturas entre 20°C e 27°C. Essa espécie é bastante resistente ao ataque de pragas.

Propagaçãomultiplica-se por sementes, divisão de touceiras, que é a prática mais recomendada ou, ainda, por cultura de tecidos.

Usospode ser usada como planta de interior, cultivada em vasos, como flor para corte ou na formação de maciços e bordaduras em jardins.

Curiosidadespor apresentar a capacidade de se desenvolver bem em ambientes internos, é indicada para cultivo dentro de casa e funciona como um purificador biológico, ajudando a eliminar componentes tóxicos eventualmente liberados no ar.
Existem algumas lendas a respeito do lírio-da-paz:
a) Na América Central, por volta de 1500, os espanhóis queriam invadir um templo sagrado indígena para destruí-lo e roubar o seu tesouro. Mas uma jovem índia colocou-se na frente do local sagrado e exclamou: “Aqui vocês não entram!” Então esta índia foi morta e, no mesmo instante em que o corpo caiu no chão, transformou-se numa flor branca que foi chamada de lírio-da-paz.
b) Oxum e Oxossi eram duas entidades que viviam no meio da floresta. Eram casados, mas não podiam ter filhos. Fizeram então uma oração para Oxalá pedindo uma criança. Certo dia, Oxossi estava passeando na selva e escutou um choro de bebé que vinha de dentro de um lírio. Ela abriu as pétalas desta flor e viu que dentro da planta havia um bebé, que foi adoptado e recebeu o nome de Logudené. Quanto à flor, ela recebeu o nome de lírio-da-paz. Segundo a lenda, Logudené vive seis meses como homem e seis meses como mulher e quem tem um lírio-da-paz em casa é protegido por esta entidade.

Também o lírio-da-paz é uma planta mística, capaz de sugar as energias negativas emitidas por pessoas vivas ou por espíritos. Quando se coloca um lírio-da-paz dentro de uma residência e esse murcha, é sinal de que esta planta consumiu as energias negativas que estavam no ambiente, protegendo os moradores da casa.
Como todas as espécies da família Araceae, o lírio-da-paz possui oxalato de cálcio, sendo considerado uma planta tóxica.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito Obrigado pela informação preciosa

Stella disse...

Obrigada, já desesperava por saber o nome desta flor que tenho em casa.